quando eu me tornar pó
de estrela, ou cheiro de
gasolina, e meu nome
for uma memória, uma
dessas relíquias, sei que
pendurarão minha
presença perto de todas
as demais amarguras.
e olharão meu defeito
minha voz e sua
aspereza de longe,
enfeitando até a frieza
com qualquer cor menos
opaca.
e sinto que
permanecerei olhando
apático o que não me fez
nem faz: sequer
abraçarei minha alma
contudo que ainda
sendo ele se meus
dedos tiverem tato, darei
carinho perpétuo porque
não me pude fazer isso
por aqui. e me darei
colo, cantarei qualquer
melodia de sono.
não perguntarei, nada é
resposta. quando voltar
às raízes, tomarei meu
tempo e sendo só meu
não terei medo de me
olhar porque só me
caberá a mim possuir
minha infinitude.
estar ainda é um mérito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário