meu olho está viciado
em olhar só para fora
só ver carne só ver pólvora
tudo turvo e enviesado
eu que me olho com repulsa
aparando o quanto dá de minh’alma
vestindo menos roupa e mais trauma
meu olhar quando abre pulsa
curvado para baixo e adoentado
só preserva luz se for de fósforo
o clarão no escuro nunca é próspero
porque até a faísca tem som abafado
eu inteiro todo rabiscado
desejo que morra até olhar para dentro
eu vivendo pelo meu próprio centro
Nenhum comentário:
Postar um comentário