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sexta-feira, 10 de março de 2023

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quando eu me tornar pó

de estrela, ou cheiro de

gasolina, e meu nome

for uma memória, uma

dessas relíquias, sei que

pendurarão minha

presença perto de todas

as demais amarguras.

 

e olharão meu defeito

minha voz e sua

aspereza de longe,

enfeitando até a frieza

com qualquer cor menos

opaca.

 

e sinto que

permanecerei olhando

apático o que não me fez

nem faz: sequer

abraçarei minha alma

contudo que ainda

sendo ele se meus

dedos tiverem tato, darei

carinho perpétuo porque

não me pude fazer isso

por aqui. e me darei

colo, cantarei qualquer

melodia de sono.

 

não perguntarei, nada é

resposta. quando voltar

às raízes, tomarei meu

tempo e sendo só meu

não terei medo de me

olhar porque só me

caberá a mim possuir

minha infinitude.

estar ainda é um mérito.

 

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